Acredito que conheça a famosa foto tirada na África por um famoso fotógrafo profissional, que recebeu o Prêmio Pulitzer em 1994 com a preciosidade que conseguiu.
Não creio que seja preciso dizer muito pra que eu me faça entender no que vou colocar.
Como sabem, a Teoria dos Direitos e Deveres Correlatos é bastante apreciada na nossa era, sobretudo por não ferir a moral dominante, a “ética burguesa”, e ainda servi-la.
Sob tais princípios morais, a criança da foto não tinha nenhum direito sobre o fotógrafo, o que o eximia de qualquer obrigação. Portanto, ele não agiu imoralmente ao deixá-la à própria sorte e seguir seu curso como se nada tivesse visto sem nada fazer pra interferir nem minimamente.
Não me espanta que mesmo pregadores dessas filosofias ao verem uma situação extrema como essa se contradigam. É uma característica humana essa de em momentos extremos, nos quais nosso consciente perde o controle sobre nossas opiniões, manifestar e mostrar como se pensa e sente realmente. É a manifestação do conhecimento de noções de certo e errado que estão gravadas na nossa alma mesmo que possamos recitar tratados dizendo que não existe uma alma e nem certo e errado.
Pois bem, quem pode dizer que o ato do fotógrafo foi exemplar? Quem pode dizer que ele é um homem de moral já que não deixou de cumprir nenhum dever? Quem pode sentir orgulho dele? Quem pode dizer que ele agiu certo?
Nem você e nem ninguém, nem o próprio...
E isso pela simples razão de que seu ato foi mais do que meramente imoral, foi desprezível, desumano, errado sob todas as óticas possíveis.
Por isso insisto, meus amigos, nos atos bons e certos, que estão acima de atos ditos morais, e mais ainda dos ditos legais.

Nenhum comentário:
Postar um comentário