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"E se você dormisse? E se você sonhasse? E se em seu sonho você fosse ao paraíso e lá colhesse uma bela e estranha flor? E se ao acordar você tivesse essa flor entre as mãos? Ah, e então?"

terça-feira, 16 de novembro de 2010

O VOTO É UM ATO IRRACIONAL

A emoção, o julgamento unilateral, o peso de duas medidas, a contradição e a burrice. Essas são as características que fundamentam o voto.
E quanto à razão?

Analise, e verá. Note! Colha os dados, não os aceite simplesmente, mas os compare. Avalie sem sentimentos de “pró” ou “contra”. Se conseguir isso, então saberá que ninguém vota com a razão.

Recebo há anos e-mails falando mal dos governos. Gosto de ler e guardar! Impressiona como são usados muitas vezes trocando-se apenas o nome do governante ou candidato ou partido. Impressiona a fé cega com que os opositores da vítima do boato (ou fato) acreditam no que está escrito com facilidade inversamente proporcional à que duvidam do que dizem os boatos (ou fatos) quando se referem ao seu candidato ou partido. Como é que pode? Será mesmo que ninguém pára e pensa? Mas pensa mesmo!

Eu acho que ainda não vi um voto racional! E o busco por todos os lados. (Não considerando brancos e nulos). O mais próximo disso que encontrei foram argumentos unilaterais, que visam apenas à confirmação de uma opinião já pronta, e não passível da mesma prova de fogo que as opiniões sobre o lado oposto.

A esquerda acha aceitável tudo que antes era criticável. O que antes era condenável, agora é permitido, e mesmo necessário. Coisas simples assim, a direita não usou em sua campanha, preferiu uma sucessão de erros da mesma tática, por sinal infantil e imbecil.

O partido até usou mais isso no segundo turno, mas creio que seus eleitores foram o maior empecilho para a vitória. Afinal, é por demais desagradável a forma cega e contraditória com que os eleitores de direita fazem campanha. Por exemplo, fazem críticas aos montes ao bolsa-família, e pregam como única possibilidade de voto o cara que diz que irá ampliá-lo, criar o 13º dele e que ainda diz ter participado de sua criação no governo anterior.

Não é uma burrice formidável votar em alguém que diz tudo isso de algo que criticamos aos montes em e-mails e discursos? É de rir, digo, de chorar... e se consideram tão inteligentes.

E ainda as críticas vêm sempre acompanhadas com a frase clichê de que “o povo é burro”. Aliás, o que mais eu escuto é que o povo é burro... e sempre é por que estão com intenção de votar no lado diferente de quem comenta. Se em seu estado ganhou a direita ou a esquerda não importa, isso aconteceu porque o povo é burro! Que interessante! Quem não vota em quem eu voto é burro! É justo! E muito racional! (risos, digo, lágrimas).

Claro que os dois lados têm um pouco de cada um dos atributos mencionados no título.
Há claramente no voto da direita uma emotividade muito forte: raiva... manifesta no “antipetismo”.
A maioria dos eleitores da direita não vota por uma razão clara da qual seja capaz de defender, é apenas antipetista. Um argumento bem burro para se votar: raiva inquestionada.

Os eleitores do PT nem avaliam votar na direita, o que também é burrice, e um comportamento muito emotivo, uma espécie de fidelidade a um ideal que até já se perdeu. Não levam em conta as contradições exageradas que o partido tem, nem cogitam haver coisas boas do outro lado. Na verdade isso ambos fazem. (A direita olha para esquerda com preconceito e desconhecimento lastimáveis). 

O governo do PT podemos dizer que está bom. (Alguém, cheio de unilateralismo dirá: e o mensalão, etc?!) Falemos do conjunto, meu amigo! Queiram ou não, o governo do Lula está bom, e se houve ou não razões dos outros governos para isso (novo paradigma (questionável) da direita), não muda em nada esse fato. Mas a burrice insiste em pensar que tudo é resultado de um passado maravilhoso... ou seria a emoção, a raiva inquestionada?

Bem, essa seria uma discussão longa... que eu, também por burrice, já insisti diversas vezes, com pessoas de todos os níveis culturais. O resultado é normalmente o mesmo: cada um defendendo a sua idéia (pronta) de melhor, sem o menor questionamento ou suposição de estar errado.

Não há dúvidas de que há muitos lendo isso dizendo que sou petista, e isso só porque tenho a capacidade de autocrítica, coisa que não se vê nos eleitores de direita. Logo, se você faz críticas, é por que é do outro lado. Ó, mas que injusto eu fui. Os eleitores de esquerda são iguaizinhos nesse ponto. É verdade! Quanto mais se compara, mais semelhanças são percebidas. Se acham tão diferentes, mas pensam exatamente iguais. Não acreditam em coisas iguais, mas a forma de pensar e avaliar é igual, estruturam seus pensamentos e pontos de vista sobre um único lado de uma moeda. “Um vê cara, e outro vê coroa”, e um acha que o outro é burro quando diz o que vê... essa é sempre a melhor parte, digo, a pior parte!

É difícil dizer quem é mais burro, quem é mais emotivo, com julgamentos mais contraditórios e mais adepto do um peso e duas medidas, mas acredito que a esquerda vem ganhado nesse último quesito, e creio que a direita ganha em burrice, até pelo exemplo que dei acima, em que citei os e-mails e discursos contra o bolsa-família, cujo candidato que defendem, ajudou a criar e ainda pretende ampliá-lo.
É como ser um fervoroso antitabagista que usa uma camiseta fazendo propaganda de cigarro, ou de empresa do ramo. Como insistem tanto nessa contradição absurda, já passa a ser uma questão de não pensar e avaliar as próprias opiniões e convicções.

E temos um dado novo para enfatizar a burrice da direita, que é o fato de que mesmo sem os votos dos discriminados Norte e Nordeste, seu candidato teria perdido. Esse dado deveria calar a boca de todos aqueles “inteligentes”, que adoram justificar a derrota de seu candidato devido à ignorância do povo dessas regiões, que afirmam ser todo comprado com bolsa-família, para garantir a vitória da situação.

Mas lhes digo, que esse é um motivo bem mais racional para se votar em alguém, do que ser apenas “antialguém”, que é um motivo meramente emocional, ensinado, totalmente ausente de questionamento, base de uma opinião real e consciente; por esse detalhe o voto da direita é visivelmente menos racional e, portanto, o mais burro.

O ponto que quero mostrar é que o ditado que diz que “futebol e política não se discutem”, infelizmente está certo, pois, apesar de serem assuntos muito diferentes, e política ser muito mais importante e essencial que tivéssemos capacidade de criar e alterar as próprias opiniões, agimos exatamente como torcedores de um time.

Conseguem notar isso? Não importa que o time A ganhe todos os títulos, o meu time é o meu time, e não se muda de torcida; tampouco se muda o tom das críticas à sorte do time campeão, e muito menos das ajudas dos juízes, e da extirpe de sua torcida, etc.

Se houvesse racionalidade em questão, certamente se trocaria de time quando este estivesse muito mal, nunca tivesse ganhado, fosse da segunda divisão, etc, por um que é supercampeão, vencedor, estivesse em alta, etc.

Percebem a semelhança disso com as opiniões políticas? As bases que fundamentam essas opiniões se equivalem a essas dos times. É absurdo, mas é o que acontece quando há embates sobre o assunto.

A emoção logo aflora, e a razão que todos acreditam ter se mostra cega para o outro, e os argumentos são apenas para si mesmo se convencer de que está correto no caminho escolhido. (Aliás, este foi um dos maiores fracassos da campanha da direita... uma campanha feita para seus próprios eleitores), outra prova de burrice.

Eu lembro que a cada e-mail idiota que eu recebia, eu pensava: “quanta incompetência, isso vai fortalecer o governo atual, o Lula, principalmente”. E era isso mesmo que acontecia, e os “inteligentes”, continuavam, mudavam o teor dos e-mails, mas mantinham a tática. Pior é que ficavam se perguntando como não dava certo! (risos, digo, lágrimas). Por que não falavam dos próprios méritos?

Há exemplos aos montes. Não creio que seja tão necessário, pois se pegou o fio da meada, certamente já pôde adaptar os próprios exemplos, que sei que também tem vários, e se não pegou o fio da meada, seria uma perda de tempo dar mais exemplos.

Concluo dizendo que o que temos, são torcedores, seres totalmente emocionais, que torcem a um determinado time (partido), que quase 100% das vezes coincidirá com a torcida dos pais, ou do seu meio mais influente de convívio.

Não temos eleitores, seres que deveriam ser racionais e fazer escolhas objetivas e muito criteriosas, capazes de criar a alterar as próprias opiniões.

Muitos não torceriam para o time que torcem se essa fosse uma escolha da fase adulta, e não passada por alguém na infância. Nas opiniões políticas, temos também esse processo, que vem de casa, trabalho, estudos.

Sabemos de pessoas que ao estar em contato com determinados grupos, mudaram de opinião política, mas isso, infelizmente, não quer dizer que foi uma escolha racional, por que as bases dessa nova opinião não mudaram, como mostram as atitudes e forma de avaliar dessas pessoas; apenas se trocou de lado, por influência do novo meio.

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